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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Que é Sociologia e a Formação da Sociologia

Introdução

A sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns representa uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela é a expressão teórica dos movimentos revolucionários.
Por sua posição de contradição foi proscrita de centros de ensino e universidades da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, etc.) todos em regimes ditatoriais. Foi acusada ainda de ser disfarce do marxismo e teoria de revolução.
Historicamente, a sociologia é um conjunto de conceitos, de técnicas e de métodos de investigação produzidos para explicar a vida social. Como princípio para o autor, a sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista.

O Surgimento

Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. Desde Copérnico, a evolução do pensamento era exclusivamente científico. A sociologia veio preencher a lacuna do saber social, surgindo após, a constituição das ciências naturais e de várias ciências sociais. A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorreram circunstâncias históricas e intelectuais e intenções práticas. O seu surgimento ocorre num momento histórico determinado, coincidente com os últimos momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.

A criação da sociologia não é obra de um só filósofo ou cientista mas o trabalho de vários pensadores empenhados em compreender as situações novas de existência que estavam em curso.

As transformações econômicas, políticas e culturas verificadas no século XVII, marca de forma indelével a sociologia. As revoluções industrial e a francesa patrocinam a instalação definitiva da sociedade capitalista. Somente por volta de 1830, um século depois, surgiria a palavra sociologia, fruto dos acontecimentos das duas revoluções citadas. A revolução industrial, à parte a introdução da máquina a vapor e os aperfeiçoamentos dos métodos produtivos, determinou o triunfo da indústria capitalista pela concentração e controle de máquinas, terras e ferramentas onde as massas humanas eram simples trabalhadores despossuídos.
A sociologia constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial, como por exemplo, a situação dos trabalhadores, o aparecimento das cidades industriais, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica, etc. É a formação e uma estrutura social específica – a sociedade capitalista – que impõe uma reflexão sobre a sociedade, suas transformações, suas crises, e sobre seus antagonismos de classe.

A observação e o experimento como fontes da exploração dos fenômenos da natureza propiciou a acumulação de fatos. O relacionamento entre estes, possibilitaria o seu controle e domínio. O pensamento filosófico do século XVII contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. “A teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade em que se apoiava um dos alicerces da teologia, cederia lugar a uma dúvida metódica que possibilitasse um conhecimento objetivo da realidade” (Francis Bacon 1561-1626). Para ele o novo método de conhecimento (observação e experimentação), ampliaria infinitamente o poder do homem e deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade.

O uso sistemático da razão, do livre exame da realidade, representou um grande salto para libertar o conhecimento do controle científico, da tradição, da “revelação” e, conseqüentemente, para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.

Se no século XVIII os dados estatísticos voavam, dando conta de uma produtividade desconhecida, o pensamento social também divagava rumo a novas descobertas. Se o processo histórico possui lógica, pode ser compreendido e assim abrir novas pistas para o estudo racional da sociedade (Vico 1668-1744). Para ele é o homem que produz a história. Daí, afirmava que a sociedade podia ser compreendida porque, ao contrário da natureza, ela constitui obra dos próprios homens.

Esta postura influenciou os historiadores escoceses da época, como David Hume (1711-1776) e Adam Ferguson (1723-1816), e seria posteriormente desenvolvida e amadurecida por Hegel e Marx. Foi também dessa época a disposição e tratar a sociedade a partir do estudo de seus grupos e não dos indivíduos isolados, a cuja corrente pertencia Adam Ferguson que foi influenciado pelas idéias de Bacon de que é a indução, e não a dedução, que nos revela a natureza do mundo, e a importância da observação enquanto instrumento para a obtenção do conhecimento.



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